Fim de semana alucinante - Domingo
Domingo.
Dia de Festa no Marco de Canavezes.
Os putos a brincar o dia todo. Correm para aqui, correm para ali, sem parar.
Fomos ver a procissão la da terrinha. S ensinou-me tudo o que há para saber sobre as procissões.
Dia calmo e pacato, um calor absolutamente abrasador. Só se estava bem abrigado do calor e do sol.
Já estavamos a lanchar para vir embora quando ouvi um grito.
Um grito de horror.
Alguem tinha caido da varanda.
- Os meus míudos andavam a brincar lá fora!
Levantei-me da mesa a correr cheguei a varanda e vi.
Lá em baixo o corpo do Diogo (o meu miudo mais novo) estendido no chão.
Por mais anos que viva, nunca hei-de esquecer aquela visão.
Saltei da varanda abaixo e acerquei-me dele.
Tinha os olhos abertos, não chorava porque estava sufocado.
Apalpei-o todo sem o mexer, para saber se tinha alguma coisa partida. Não tinha.
Havia o receio de o mover por lesões na coluna. Mas ele mexeu-se e demonstrou sensibilidade nas extremidades.
Chorou, nunca ouvi um choro que me soasse tão bem oas ouvidos.
Peguei nele ao colo e fiquei a espera da ambulância.
Chegou a ambulância e ele foi imobilizado por segurança.
Encontramos o Inem na ponte do marco.
Diz o médico que é melhor ir para o Hospital de S. Joao, pois havia riscos de lesão neurológica, por causa da pancada na cabeça.
Chegamos ao hospital num instante.
Ele a entrar em periodos de inconsciencia (felizmente era só sono)
Acordava e chorava. Que belo choro, acho que nao gostava de estar imobilizado.
Chegamos ao Hospital.
Chorei
Depois as coisas entram noutro ritmo, nem ha tempo para pensar.
Agora ele está farto de estar preso e chora muito alto.
Faz um Rx e um TAC cerebral e cervical.
Nada a relatar!