11
Ago08
Paus pedras e palavras
1/3 segundos
“Paus e pedras podem partir meus ossos, mas palavras não ferem a minha pele.”… diz o ditado ou o poeta.
Já acreditei mais nesta expressão do que acredito hoje.
Há palavras que podem magoar, e magoam muito! Hoje acredito que há esforços de anos que se podem perder numa troca estúpida de palavras.
Há pessoas que gostam de magoar, e em nome de uma suposta frontalidade e honestidade vomitam asneira em cima de asneira, destruindo suave mas definitivamente projectos que demoraram muito tempo a erguer e a manter.
Eu pessoalmente, sou capaz de magoar com as palavras, mas quando acontece é porque na discussão morna é preciso criar rupturas e clarificar situações. Ou para por termo á discussão. Não confundo isso com o vulgar “espicaçar” que comummente utilizo nas aulas ou em casa para incentivar as pessoas a ser melhores. Isto é uma atitude consciente, medida, pensada que cria acção ou sentimento, sem ferir, sem matar á partida aquilo que pretende atingir.
Creio que são muito piores as palavras frias ditas de cabeça quente. Saem da alma e representam o verdadeiro estado de espírito. Pode nem existir intenção de as proferir, mas elas representam uma verdade profunda…
Podemos optar por esquecer, e por vezes, no dia seguinte já vão longe, mas há palavras e palavras, e há contextos… Algumas ficam-nos na cabeça, ecoando entre as paredes do crânio e atravessando o nosso consciente vezes sem conta, ocupando os nossos pensamentos.
Sempre acreditei na diplomacia. Acredito que é verdadeiramente possível dizer TUDO a qualquer pessoa, por muito dura que seja, sem magoar ou ferir, apenas precisando de conhecer a pessoa em questão para sabermos como lhe dizer as coisas da melhor forma, incentivando-a á acção, reacção ou mera reflexão.
Acredito que a diplomacia é importante quando o conflito é iminente, pois tudo pode ser dito, será sempre melhor que o derramamento de sangue, onde necessariamente sairão inocentes magoados.
Às vezes, não raras vezes, a diplomacia é apenas uma mera formalidade. As decisões estão tomadas e a palavra serve apenas para provocar o que (quase) todos quererem evitar. Por acção e vontade de poucos surge então o conflito.
Pois se tiver que ser …será! E eu estou pronto!